sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mais um caso de milhões

Reeleito com 29.915 votos, o vereador Ushitaro Kamia (DEM), de 62 anos, ‘esqueceu’ de declarar à Justiça Eleitoral, mansão de R$ 2 milhões. Conhecido como “palacete imperial” por causa da arquitetura japonesa, o imóvel fica na região da Serra da Cantareira, zona norte de São Paulo.

Com três andares e cerca de 500 metros quadrados, a mansão possui três suítes, salão de festa e jogos, duas salas de estar, salas de jantar e meditação, piscina com cascata de pedra, avaliada em R$ 200 mil, e deverá contar também com dois elevadores panorâmicos. Cercado de verde, o “palacete imperial” do vereador Kamia, fica no condomínio Residencial Jardim Bibi II, no bairro de Vila Albertina.


O caso mostrado pela Rádio Bandeirantes, no dia 06/04, chamou a atenção da Justiça Eleitoral, pois perante a Lei, o vereador declarou possuir um apartamento de R$ 118,69 mil, na Avenida Nova Cantareira, e três carros, que somam R$ 80 mil. Ou seja, um patrimônio de R$ 194.694. Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Kamia confirmou ser o dono do imóvel, mas se enrolou ao responder por que não consta na sua declaração de bens. Primeiro, ele disse que a mansão estava em seu nome. Depois, alegou que comprou no nome do cunhado e aguarda transferência para seu nome.

Na época, a reportagem da Rádio Bandeirantes flagrou também o carro oficial do vereador - um Astra Advantage 2.0 sedan, que custa mensalmente cerca de R$ 1.6 mil aos cofres públicos municipais, sendo usado para transportar material de construção para a obra.

O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Federal, que vê indício de que o valor da obra é incompatível com a renda declarada pelo parlamentar, que pode, em tese, pegar até 5 anos de reclusão e perder o mandato por improbidade administrativa. Já para a Corregedoria da Câmara Municipal, representada pelo vereador Wadih Mutran (PP), que prefere aguardar denúncia formal para iniciar apuração: “A publicação da denúncia pela imprensa não é motivo ainda. Temos que examinar isso com carinho”, declarou o corregedor.

O vereador Kamia (DEM) está em seu 4º mandato na Câmara Municipal, cargo pelo qual recebe salário de R$ 9,2 mil. Membro da base de apoio do prefeito Gilberto Kassab (DEM), Kamia é formado em Direito. Já se elegeu deputado federal duas vezes pelo PPB, em 1994 e 1998. É filho de imigrantes japoneses que se estabeleceram na zona norte, onde mantém seu reduto eleitoral.

O caso do vereador mostra, mais uma vez, o mar-de-lama que se instalou na política brasileira. Semelhante, porém em menor escala ao caso do deputado federal Edmar Moreira, que colocou à venda um castelo avaliado em R$ 25 milhões, no interior de Minas Gerais, o “palacete imperial” do vereador Kamia reafirma a falta de transparência e de credibilidade dos nossos políticos, que parecem pensar apenas em grandes castelos.



Acesse o link e assista a reportagem feita pela TV Bandeirantes: http://mais.uol.com.br/view/1575mnadmj5c/vereador-nao-declara-mansao-em-sao-paulo-04023872E4B19326?types=A&

Os carrões dos vereadores


A Câmara Municipal de São Paulo gasta quase R$ 1 milhão por ano dos cofres públicos com aluguel de carros oficiais. O modelo escolhido - Astra Advantage sedan 2.0 - que custa, em média, R$ 42.500 é utilizado pelos vereadores que desembolsam mensalmente cerca de R$ 1.616 com o aluguel do veículo.

Pagos com a verba de gabinete – R$ 14,9 mil a que cada vereador tem direito todos os meses, os carrões são utilizados por cerca de 50 dos 55 parlamentares, segundo informações da própria Câmara Municipal. O problema é que o custo é tão alto que ao longo de um mandato (quatro anos), daria para comprar mais de um carro por vereador.

Significa que, nos próximos quatro anos o gasto previsto da Casa com a locação desses veículos oficiais é de cerca de R$ 3,9 milhões, valor que daria para comprar uma frota de 89 modelos Astra Sedan, os mesmos utilizados pelos vereadores. O gasto, além de desnecessário, já que a região é dotada de ótima infra-estrutura em transporte público (ônibus e metrô), fortalece a imagem de um legislativo excessivamente caro para o município.

O contrato com a locadora Lapenna Car Ltda, alterou o sistema da Casa. Antes a frota era própria, e os custos com a manutenção, segundo vereadores, chegavam a ultrapassar o valor dos carros. No entanto, essa tal “economia” defendida pelos parlamentares, acaba abrindo brechas para abusos, como vimos no caso do vereador Ushitaro Kamia (DEM), que utilizava o carro oficial para transportar material de construção na reforma de sua mansão oriental avaliada em R$ 2 milhões, na Serra da Cantareira.

Portanto, mais um exemplo de como os nossos representantes legislativos empenham parte do orçamento municipal: alugando carrões para transportar pedras, cimento, tijolos, telhas, etc... Enquanto isso, seus eleitores continuam se espremendo em ônibus, trens e peruas superlotados. FRANCAMENTE!!!